Entrevista à APOREB
A APOREB foi constituída em 2019 para dar apoio aos Operadores de Gestão de Resíduos. Hoje, a associação agrega no seu universo entidades privadas, singulares e coletivas que representam, a nível nacional, mais de 70% de recolha e transformação de resíduos a partir dos quais é possível produzir bioenergias, nomeadamente biocombustíveis, biogás e hidrogénio, entre outras.
Assumindo desde a sua génese a função de defender os legítimos interesses dos seus associados junto de quaisquer entidades nacionais e europeias, públicas ou privadas, a APOREB tem vindo a desenvolver um importante trabalho junto dos Operadores de Gestão de Resíduos, prestando todo o auxílio necessário “na interpretação da legislação que regulamenta a atividade, na procura de matérias residuais complementares às que são utilizadas atualmente para esses fins e no desenvolvimento de novas técnicas de processamento das mesmas”.
Um trabalho que se tem revelado fundamental, num setor que diariamente se debate com “enormes desafios”. “A legislação em permanente mudança, o lobby de atividades instaladas, a pequena dimensão do mercado, o investimento necessário e os custos associados, são as principais preocupações face à enorme, e muitas vezes distorcida, concorrência e à volatilidade dos preços dos materiais secundários. Ultrapassar estas barreiras são enormes desafios”, assume Quitéria Antão.
APOREB confiante na produção de novas bioenergias
Atualmente, os associados da APOREB representam mais de 70% de recolha e transformação de óleos alimentares usados e afins para produção de biocombustíveis e outras aplicações. No entanto, a associação já assumiu que pretende, no futuro, expandir o setor para a produção de outras bioenergias, nomeadamente, o biogás. “Hoje, existem resíduos que sabemos que terão procura para a produção de biogás e de hidrogénio, entre outros, porque estas bioenergias se tornaram essenciais, não só pelo ambiente, mas também por fatores de escassez e dos preços das energias fósseis”, assume a Presidente da associação. Para Quitéria Antão, a procura de alternativas energéticas, não-fósseis, a nível mundial, poderá ajudar a que, em Portugal, possam existir condições para investimento, apesar de todas as barreiras conhecidas. Quanto ao futuro, embora confiante, não deixa de relembrar que, para atingir este objetivo, é necessário “manter a resiliência para fazer face aos desafios que se colocam e aumentar a importância dos associados na gestão de resíduos que até agora não tinham relevância económica”.